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quinta-feira, 16 de julho de 2009

HERMAN JOSÉ LANÇA "VOU ALI JÁ VENHO"

Longe vão os tempos em que Herman José dava os primeiros passos da sua carreira, tocando viola baixo ao lado do maestro Pedro Osório. Portugal tinha acabado de chegar à democracia, e a reboque do espírito festivo da época acabou arrastado até ao então renascido Parque Mayer, onde era suposto só tocar e cantar na revista “Uma No Cravo, Outra Na Ditadura”. Durante os ensaios, os autores José Carlos Ary dos Santos e César de Oliveira reconheceram-lhe qualidades interpretativas, e deram-lhe pequenas 'pontas', cujo sucesso imediato fez com que o já então famosíssimo Nicolau Breyner apostasse nele em 1975 como parceiro na dupla “Feliz e Contente” - o seu primeiro grande êxito em disco.
Com a edição de “Adeus, vou ali já venho”, somos também surpreendidos com deliciosas recreações de temas de sua autoria feitos para televisão, como “Hora H” e “Casino Royal”, ou a balada “Podia Acabar o Mundo” (estes dois últimos em co-autoria com Rosa Lobato de Faria), que quinze anos depois da sua criação, Nuno Santos escolhia para título e genérico de novela. Com igual rigor, Herman regrava temas escritos propositadamente para si por Carlos Paião, como “Mentirosa”, “O Meu Automóvel”, “Apaixonada” (que levou em 1984 a um Festival da Canção na Bulgária, cujo encerramento esteve a cargo de Roy Orbison), ao polémico “Tango a Portugal”, irónica e caustica critica ao nosso país de tanta coisa por fazer, que por ninguém querer, é nosso', e que 20 anos depois da morte desse génio da escrita, se mantém inquietantemente actual.Mas verdadeiramente surpreendentes, são os temas inéditos com letra e musica do próprio Herman. Compostos e afinados desde Janeiro deste ano, em muitas horas de “lay-off” televisivo, são três as 'pérolas' que vão dar que falar: “A Praia é Linda”, é tema candidato à 'pole position' das canções mais populares deste verão de humor quase picante e narrativa deliciosamente surrealista, recupera um rigor de escrita humoristica de que não nos lembrávamos desde a saudosa 'Canção do Beijinho'.

Este disco, é mais do que só um 'capricho de vedeta'. É uma homenagem de um 'homem dos sete instrumentos' com 35 anos de carreira, a uma das formas artísticas que mais valoriza: a música.

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