Unidos a Timor-Leste pela história, língua, cultura e solidariedade, vários municípios portugueses propõem-se agora apoiar a instalação, monitorização e operacionalização dos órgãos do poder local democrático naquele país. Em concreto, Lamego vai formar trabalhadores do Município de Aileu, designadamente através de programas de estágios, e fornecer meios técnicos e materiais adequados para projetos e programas municipais que venham a ser desenvolvidos.
Traduzindo a vontade de desenvolver e reforçar as relações de amizade e de cooperação entre as populações dos dois municípios, a autarquia de Lamego compromete-se ainda a enviar delegações à República Democrática de Timor-Leste e a garantir a colaboração e intercâmbio regulares de conhecimentos, experiências e informações entre os serviços municipais. Francisco Lopes acredita que o Município de Lamego vai dar em breve formação adequada aos futuros funcionários municipais de Aileu, sobretudo ao nível administrativo e técnico, mas também informático. Uma tarefa para a qual também contará com a participação da Câmara Municipal de Bragança.
Após um doloroso processo que conduziu à sua independência em relação à Indonésia, Timor-Leste ambiciona agora consolidar as suas instituições democráticas para assegurar o desenvolvimento socioeconómico, estando a descentralização administrativa no topo das prioridades. Assim, o Governo timorense prevê que sejam criados neste território 13 municípios que contam, cada um, com o apoio de duas autarquias portuguesas. No futuro, os pedidos concretos de apoio serão feitos por cada uma das comissões instaladoras “em função das necessidades”.
Lamego já tem uma ligação afetiva a Timor-Leste, através da Associação dos Amigos do Povo de Timor Lorosae, sedeada nesta cidade, e atualmente frequentam a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego alguns estudantes timorenses.
Recorde-se ainda que o último governador português daquele território foi o ilustre lamecense General Lemos Pires que assumiu este cargo em novembro de 1974, com a sua administração a abandonar o território em agosto de 1975, após o início da guerra civil timorense.
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